26/02/2015

Dietas restritivas: realmente funcionam?

Cada vez mais estudos mostram qu26-fevereiro-HUGOe dietas restritivas para emagrecimento rápido são pouco eficazes a médio e a longo prazo, além do fato estarem relacionadas a diversos prejuízos a nossa saúde, o que inclusive podem atrapalhar a perda de peso. Um estudo publicado em 2011, avaliou as alterações dos níveis circulantes de diversas substâncias relacionadas a saciedade em 50 indivíduos com sobrepeso e obesidade, após a realização por um período de 10 semanas de uma dieta extremamente restrita. Os resultados indicaram que mesmo após um ano da realização do estudo e da perda peso, os níveis circulantes das substâncias avaliadas não haviam voltado aos mesmos níveis verificados antes da realização do estudo, indicando que a realização de dietas restritivas podem alterar os níveis de hormônios que controlam o apetite, embaralhando nossos compassos biológicos e dificultando o processo de perda de peso a longo prazo.
Adicionalmente, em uma revisão de literatura de 2008, os autores relatam que durante períodos de restrição alimentar, é evidenciada uma redução do Gasto Energético Total (GET), o que pode estar diretamente relacionado ao fato do nosso organismo ser programado de modo mais acentuado para proteger-se contra a perda do que ao ganho de peso corporal, o que era uma característica adaptativa essencial para a sobrevivência de nossos antepassados em períodos de restrição alimentar. Além disso, também mencionam a existência de um GET diminuído em indivíduos (principalmente com sobrepeso e obesidade) que em diferentes momentos da vida passaram por restrições alimentares exacerbadas, que levaram a ajustes no GET afim de torná-lo mais “econômico”, fenômeno este denominado de termogênese adaptativa. No entanto, indagam sobre a existência de alguns estudos que contrapõem o fenômeno da termogênese adaptativa, associando tal diminuição do gasto energético após a perda de peso com a redução da massa magra muscular, que é evidenciada principalmente em dietas restritivas realizadas por períodos prolongados. Sendo assim, levando-se em consideração as diferentes hipóteses sobre a redução do GET, acredita-se que existe uma grande variabilidade individual nos ajustes metabólicos, o que torna mais difícil a existência de explicações gerais sobre os mesmos.
Sendo assim, fica evidente que independente por qual ou quais mecanismos que tais ajustes metabólicos ocorram, não existem benefícios em realizar-se dietas restritivas, já que além de resultarem em uma perda de peso ilusória (a maior parte do peso eliminado é proveniente da perda de retenção hídrica e de tecido muscular), podem promover mudanças em nosso organismo que podem ser prejudiciais à manutenção e a perda de peso a longo prazo. A perda de peso é um processo que vai muito além apenas de uma ingestão calórica reduzida, mas está principalmente relacionada a uma alimentação adequada e as diversas “conquistas metabólicas” associadas a ela. Não tenha pressa, pois nem sempre o caminho mais curto, será o melhor.

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